Setor de alimentação fora do lar absorve mais uma vez aumento dos preços dos insumos, mas espera um alívio com alta do movimento no fim do ano

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma variação de 0,39% em novembro de 2024, acumulando 4,87% nos últimos 12 meses, conforme dados divulgados pelo IBGE.
O grupo "Alimentação e Bebidas" foi o principal responsável pela alta, com incremento de 1,55% no mês, impactando o índice geral em 0,33 ponto percentual. Dentro desse grupo, a alimentação no domicílio apresentou aumento de 1,81%, influenciado pela elevação nos preços das carnes, que subiram 8,02%.
Em contraste, a alimentação fora do lar teve uma variação mais moderada, de 0,88%, refletindo os esforços de bares e restaurantes em segurar os preços para não afastar os clientes. Essa contenção, no entanto, tem pressionado as margens de lucro do setor.
Uma pesquisa da Abrasel revelou que, em outubro, 61% das empresas operaram sem lucro, enfrentando dificuldades para repassar os aumentos de custos aos consumidores.
Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, destaca que o setor tem absorvido parte dos custos para manter a competitividade, mas alerta para os desafios financeiros que isso acarreta.
"O setor tem enfrentado desafios imensos, mas o fim de ano traz uma luz no horizonte. Estamos confiantes na capacidade dos empresários e momento em resultados positivos para iniciar 2025 com mais força e otimismo", afirma Solmucci.
"Tivemos uma grande conquista neste fim de ano com a apresentação do relatório da Reforma Tributária, com um desconto da alíquota do imposto em 40% para o nosso setor, além de outros fatores positivos, como a exclusão da gorjeta e do delivery da base de cálculo", completa.
Com a proximidade das festas de fim de ano, os empresários esperam um aumento no faturamento, impulsionado pelas celebrações e pelo pagamento do 13º salário, que tradicionalmente elevam o consumo no setor.
Segundo pesquisa da Abrasel de outubro, 78% dos empresários esperam um aumento nas vendas no final do ano. Para suportar o aumento do movimento, 40% dos estabelecimentos pretendem contratar novos funcionários.